Na reta final da novela das 9 um personagem foi cruelmente assassinado. Um jovem homossexual foi espancado até a morte por um grupo de jovens que não aceitavam sua orientação sexual.

Mas enfim, quem matou Gilvan? Teriam sido os jovens personagens homofóbicos? Ou o autor querendo criar polêmica?

Um pouco antes na vida real, dois homens foram agredidos por terem se abraçado em público, um deles perdeu um pedaço da orelha por uma mordida de um dos agressores, um detalhe que deveria ser simples, mas que ressalta ainda mais o absurdo da situação: os dois homens agredidos eram pai e filho.

Antes ainda, um jovem professor de filosofia caminhava para casa após assistir um espetáculo teatral, foi atacado e espancado de forma tão brutal que teve que passar por várias cirurgias para reconstruir seu rosto, e ainda hoje anos depois, tem acompanhamento psicológico e faz uso de remédios.

Os casos de homofobia estão se tornando corriqueiros, pessoas que se sentem aviltadas pelo estilo de vida de outras, procuram resolver isso “tocando o terror”, com ações explícitas de selvageria.

Quem matou Gilvan, não foram os personagens guiados pelas ações criadas pela mente prodigiosa do autor. Ele – autor – não criou nada, não inventou a intolerância, o preconceito e a violência, apenas reproduziu acontecimentos que, infelizmente, tornaram-se cotidianos.

Não concordar com escolhas alheias e até não querer compartilhar delas é um direito de todos. Cada um de nós deve fazer suas opções e escolher seu próprio caminho. Entretanto, querer impor sua opinião extirpando as diferenças à força não fará com que elas desapareçam. As diferenças sempre existiram e existirão, elas devem nos fazem buscar aproximação com aqueles com quem temos afinidades deixando que os outros levem suas vidas com seus afins.

Os assassinos estão por aí, brigando em boates, dirigindo embriagados, atacando indigentes nas madrugadas, sendo sujeitos da corrupção e outras mazelas que desferem os socos e assassinam o Gilvan todos os dias.