1 de setembro de 2011

Na parede da memória a Paz é Verde

Em primeiro de setembro de 1985, alguns amigos reuniram-se e criaram um grupo de teatro amador. Eram jovens, idealistas e cheios de energia. A inspiração para o nome do grupo veio do Greenpeace, em defesa da Paz Mundial e da Natureza, chamou-se Paz Verde.

Seguidores das teorias de Augusto Boal, seguiam as técnicas do improviso e do teatro invisível, quando situações incomuns eram representadas em lugares comuns sem aviso prévio e que acabavam por envolver o público que acreditavam viver uma situação real. Como o casamento que não aconteceu às portas da igreja Nossa Senhora da Glória, quando a noiva fugiu pela avenida Sampaio Vidal aos prantos.

Ainda não mencionei, mas fiz parte desse grupo, foi meu primeiro grupo de amigos, onde aprendi muito sobre amizade, lealdade, cumplicidade, respeito e convívio social.

Participar de um grupo de teatro quando jovem permitiu-me criar asas e dá-las a minha imaginação. Minhas primeiras leituras de grandes clássicos como Neruda, Tiago de Melo e Shakespeare, as primeiras audições dos músicos do Clube da Esquina, principalmente Milton Nascimento, Lô Borges e Beto Guedes, sem contar Chico Buarque e Caetano Veloso, foram realizadas a partir do meu ingresso no grupo.

A experiência de viver em grupo foi muito importante, éramos como já disse antes, idealistas, acreditávamos que nossas ações protegeriam a natureza, escrevemos até um estatuto para ela.

Muitas e ótimas lembranças continuam a fluir agora enquanto escrevo, como nossa participação no programa infantil da Rádio Clube – Rádio Balangandã, os telegramas animados, o estatuto do Homem, a praça de Hiroshima...

O tempo passou e seguimos nossas vidas, os jovens “verdinhos” de 85 hoje são profissionais com suas próprias famílias, ficou a lembrança e a saudade que não são tristes, são lembranças felizes de um tempo vivido com intensidade. Uma singela homenagem ao grupo Paz Verde e a todos aqueles que fizeram parte dele, pessoas que tem um lugar especial reservado na parede de minhas memórias.


 

2 comentários:

  1. Ai, Lu... como eu adoro textos repletos de saudosismo de uma época, de um lugar, de um grupo de pessoas.


    Infelizmente, eu não tive a oportunidade e experiência de conviver em um Grupo como a Paz É Verde, mas ao ler o texto me senti dentro do grupo.


    Lindo demais.... parabéns....

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  2. Tháis, você sempre foi uma grande amiga, desde o nosso primeiro dia de aula. Obrigada pelo apoio, estou adorando escrever para seu blog. bjus
    Luatriz

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