O ataque às Torres Gêmeas causou uma enorme comoção, a nação mais poderosa do mundo que sempre fora considerada uma fortaleza intransponível, sucumbia diante do terror. Todos os noticiários voltaram-se para os atentados e a dramaticidade aplicada ao fato fez parecer que nunca houvera uma ação terrorista tão hedionda.

Parto da premissa de que qualquer ação terrorista é hedionda, ocorra ela onde e quando for. Aviões foram sequestrados e derrubados em várias partes do mundo. Atletas olímpicos foram assassinados, crianças choravam ao som de explosões quando seus pais heroicamente tentavam levá-las à escola.

Não nego a bestialidade dos ataques de 11 de setembro e tão pouco deixo de lamentar por suas vítimas, mas considero que alguns pontos foram expostos de maneira exagerada, como se nenhuma outra nação tivesse sofrido antes.

O impacto maior, a meu ver foi que de repente a “ficha caiu”, e todos nós pudemos perceber que não há uma nação intransponível, por mais poderosa que ela seja. Portanto, nenhuma nação deveria portar-se como senhora absoluta entre todas as outras, impelido seus dogmas e interesses sobre as demais. Agindo como o “xerife” do mundo.

Tão pouco acredito que ações terroristas sejam respostas adequadas, mas não coloco em um ranking qual ação foi a mais importante ou quem sofreu mais. Todas as famílias que perderam um ente querido durante um atentado sofreu muito. Todos os que sobreviveram, ficaram igualmente traumatizados, e todas as pessoas que cultivam o mínimo respeito pela vida humana ficaram chocadas.

Em 11 de setembro de 2011 a Terra parou, mas essa mesma Terra já sangrou e continua sangrando diante de todas as atrocidades cometidas pelo poder e são os filhos dessa Terra quem paga a conta. Até quando?