6 de abril de 2013

À Mestra com Carinho

Essa semana, não apenas a área da Biblioteconomia, mas o mundo ficou mais triste: partiu Maria Helena, uma profissional impecável e brilhante, mas mais que isso: uma pessoa íntegra, amorosa e inesquecível. 

Quando entramos na faculdade, passamos, rapidamente, por uma transformação radical, como se ontem fôssemos jovens, filhos, e descompromissados, para adultos, donos de si e cheios de trabalhos, pesquisas, estágios e muito sono. Quando se faz essa passagem, para muitos, dolorosa, é preciso encontrar algo em que se apoiar. Ou alguém. 

Aí aparecem os amigos. Os de sempre com a gente, e os novos chegando. Mas, mais que amigos de classe, de trabalho, de infância ou de bar, existe um outro tipo de amigo. O amigo Professor, o amigo Mestre. Temos o amigo Professor, aquele em quem podemos contar, aquele que nos ajuda, aquele que nos acrescenta. Mas existe o amigo Mestre. 

O Amigo Mestre é aquele que, mais que ensinar conceitos, nos apresenta ao mundo, nos abre a mente, nos coloca diante de coisas e fatos que artigo científico nenhum apresenta; introduz uma diversidade de ensinamentos para a vida, nos aconselha, nos acolhe, e também puxa muito nossas orelhas, porque sabe que, muitos os têm como figuras de pais substitutos, como aquela pessoa que nos ensinará a andar, mas o andar diferente, o andar pensativo, estudado, articulado, o olhar acadêmico, o olhar direcionado, visto, revisto, rebatido, analisado, esmiuçado, transformado; o olhar e a ajuda de quem nos insere a um outro mundo: o das palavras, o do saber. 

Sim, os pais fazem isso com a gente também, mas o Professor, o Mestre parece nos levar a um mundo paralelo, com tantas descobertas como quando começamos a descobrir que o Universo é bem maior que nosso berço. 

Tive a honra de ter muitos Mestres. E a senhora, Mestra Maria Helena, é dessas que pegou em nossas mãos, e nos fez viajar a esse Universo paralelo, cheio de ternura, estudo, carinho e solidariedade. 

Em nosso último encontro, num evento da área, após tantos anos de formado, você segurou em minhas mãos e disse: “Eu vim até aqui porque vi seu nome entre os participantes. Não poderia perder essa chance de ver você brilhando!” 

E mal tive chance de dizer a ela que esse brilho, quem deu uma bela lapidada, foi a Senhora, Mestra!




Um comentário:

  1. Uma tristeza imensa. Maria Helena, sua luz estará sempre em nós!

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