O dia 3 de dezembro é dedicado à pessoa com deficiência. Mais uma data para refletirmos muito. Infelizmente ainda precisamos marcar datas para que um assunto importante seja discutido, e esse com certeza é importantíssimo. 

Ao andar pelas ruas percebo o quão inconscientes são o poder público e a população em geral, pois as calçadas (em sua grande parte) não oferecem acessibilidade para quem usa uma cadeira de rodas, uma muleta ou não consegue enxergar os buracos e obstáculos que são deixados pelo caminho. 

Os estabelecimentos comerciais ainda não estão totalmente adaptados, basta observarmos o espaço que é deixado entre os cabideiros e bancas de lojas de roupas. 

Há também a grande questão da inclusão na escola e no trabalho. Existe uma lei que garante isso, mas ainda encontramos casos de escolas que não aceitam matrícula de uma criança por “não ter condições de lhe oferecer tudo que suas necessidades especiais solicitam” – fala de uma diretora de escola em matéria de telejornal da região de Campinas. As empresas também estão obrigadas por lei a cumprirem uma cota, de acordo com seu número de funcionários. Aí voltamos ao impasse, e a acessibilidade? Prédios antigos não foram projetados pensando no assunto, e hoje necessitam de reformas, o que alegam os patrões, onera muito a empresa. 

Atualmente existem normas de acessibilidade e muitos trabalhos de sensibilização para que as empresas se adaptem aos novos tempos. Tempos em que qualquer tipo de limitação física ou mental seja motivo para que alguém não tenha a devida oportunidade na vida. Para que não seja mais “escondido” e limitado a determinados lugares. O mundo pertence a todos nós, há um lugar para todos, cada um com sua especificidade e necessidade especial. Que esse dia 3 tenha sido marcado por ações afirmativas, discussões objetivas que nortearão nossas ações todos os outros dias ano.