7 de julho de 2014

Segunda Saudável: Cambuci

Fonte: Planeta Sustentável
O cambuci deveria ser fruta-símbolo de São Paulo, e não apenas do bairro que leva seu nome. No entanto, grande parte da população da própria cidade onde ele nascia em abundância nem sequer suspeita de que o nome do bairro deriva do nome da fruta.
 
Originária específica e quase exclusivamente dos domínios da Mata Atlântica, nos contrafortes da Serra do Mar que chega à capital paulista, o cambucizeiro, em época de frutificação, polvilha o chão todos os dias com discos verdes repletos de polpa suculenta. Na região chegaram a existir verdadeiras matas de cambucizais.
 
A fruta, de casca finíssima e verde, guarda uma polpa sumarenta de sabor agradável e suave, mistura de limão e melão, um pouco adstringente. Assim que despenca do chão, ela está boa para ser consumida, desde que antes não seja fruída pelos pássaros, seus principais admiradores.
 
Planta da família das Mirtáceas, parente de tantas outras fruteiras silvestres brasileiras, o cambucizeiro é árvore que alcança 8 metros de altura. Com uma copa piramidal de aspecto elegante, ele é ideal para arborização de cidades, sobretudo em vias estreitas, dado o seu pequeno porte. A folhagem verde e brilhante é muito bonita, de efeito ornamental muito interessante. Além disso, é ideal para reflorestamento de áreas de vegetação degradada.
 
O suco preparado com a fruta batida com a fina casca – na verdade pouco mais do que uma simples película – é bastante apreciado e refrescante. Mas seu principal subproduto ainda é o sorvete, uma unanimidade entre especialistas. Eurico Teixeira afirma que se trata do melhor sorvete derivado de fruta que existe. Pena que não seja aproveitado industrialmente.
 
O cambuci pode, também, ser perfeitamente congelado inteiro, mantendo-se em condições de aproveitamento por longos períodos, como o fazem os felizes proprietários de árvores em produção.
 
Além desses usos, no início do século 20, em São Paulo, nenhuma outra fruta era tão utilizada quanto o cambuci para aromatizar, com deliciosa delicadeza, a cachaça. Ainda hoje pode-se utilizá-la espremida com açúcar e cachaça em caipirinhas de cambuci, verdadeiro luxo daqueles que possuem a árvore em seus pomares.
 
Apesar de suas qualidades, pouca atenção tem sido dada à árvore e a seu fruto. Antigamente tão frequente nas cidades do Sudeste e conhecido por todos os habitantes da região, o cambuci está se tornando cada vez mais um ilustre desconhecido. Ano após ano, o futuro do cambucizeiro funde-se mais ao da floresta que o abrigava: definham, tristemente, não mais povoando de frutos e folhas verdes um chão cada dia mais sem vida.
 
Mas ainda resta uma esperança: por suas qualidades e por seu sabor excepcionalmente ecléticos, o cambuci começa a ser utilizado na alta gastronomia. Recém-descoberta pelo chef de cozinha mineiro Matusalém Gonzaga, a fruta foi utilizada na confecção de um molho servido como acompanhamento para a delicada carne de tilápia, cuja receita foi vencedora do Ora-pro-Nobis – Festival Internacional da Gastronomia Mineira de Ouro Preto em 2004.
 
O formato de disco voador, em nada semelhante a qualquer outra fruta conhecida, é sua principal marca registrada. É razão também de seu nome: “cambuci”, para os indígenas da região, significava “recipiente” ou “vaso”, sendo o fruto uma perfeita reprodução dos vasilhames que eles utilizavam para guardar água.
 
 
Fonte: O Poder das Frutas / Revista Rolling Stones Brasil
 
 
 
As 100 Maiores Músicas Brasileiras:  “Nervos de Aço” – Paulinho da Viola (n. 86)

 
 
Lupicínio é até hoje um dos compositores mais viscerais da música brasileira, o oposto do romantismo “bunda-mole” que invade nosso cancioneiro. O gaúcho era de enfiar o pé na lama da desilusão e se expor sem restrições ou truques. “Nervos de Aço” foi gravada originalmente em 1947 por Francisco Alves, mas foi recriada mais tarde, magistralmente, por Paulinho da Viola.
 
 
Grande abraço e até semana que vem.


 

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