No domingo a nação corintiana amanheceu de luto. Nosso grande ídolo partiu, entrando definitivamente para o panteão do futebol brasileiro. Hoje seria um dia de muita esperança de mais uma grande comemoração (estou escrevendo no domingo, os jogos da grande final ainda nem começaram), mas independente do resultado, a festa do campeonato ou a desilusão do vice não terá o mesmo sabor, Sócrates se foi.

Ele era politicamente engajado, não era panfletário, acreditava e defendia suas posições abertamente, e sabia se expressar muito bem, coisa rara no meio futebolístico. Era coerente entre suas ações e seu discurso.

Foi o representante de uma era no seu time, defendeu a “Democracia corintiana”, quando lutou pelo fim da concentração antes dos jogos. Fez parte da seleção canarinho de 1982, que infelizmente não trouxe o tetra campeonato, mas mereciam muito essa conquista. Apesar disso, sua vida profissional foi gloriosa, o que não impediu de que em sua vida pessoal ele perdesse para o vício em bebidas alcoólicas, a origem dos males que afetaram sua saúde provocando sua passagem precoce.

Independentemente de ser membro entusiasta da Fiel torcida corintiana, sempre admirei bons atletas e não me furto em elogiá-los, como é o caso quando se trata dos goleiros Rogério Ceni e Marcos, são bons e pronto, não importa o time que defendam. Infelizmente, muitas pessoas já estão espalhando piadinhas jocosas relacionando a partida de Sócrates com a possível perda do título do campeonato brasileiro. Desrespeito!

Desrespeito com a família que perdeu um ente querido, com o ser humano que se foi e principalmente com a memória do grande atleta que muito fez por nossa seleção. Mais uma vez as pessoas mostram que a crueldade não tem limites, que não basta torcer por seu time, torcer contra seu adversário. É preciso pisotear dando vazão aos instintos mais baixos que existe dentro de cada um de nós, alguns tentam evoluir e superá-los, outros não! Devemos sempre lembrar que um dia todos nós daremos adeus.