6 de agosto de 2014
Ao meu pai!
Foto: Arquivo Pessoal |
Quando eu era pequena os dias mais felizes eram os dias em que saia com meu pai, que diante do meu olhar infantil parecia-se com um gigante. Homem negro, forte, simples, com uma cara de bravo, mas um coração de manteiga. Não era dado a gentilezas, mas era capaz de desdobrar-se em mil esforços para cuidar da família e de todos os agregados que sempre surgiam.
As tardes com ele eram mágicas, e andar ao seu lado era uma verdadeira aventura, minhas pequenas pernas não conseguiam acompanhar seus passos largos. Minhas mãozinhas sumiam entre seus dedos enormes e fortes.
Mesmo sem ter lido qualquer teoria sobre como educar crianças, sabia ler em meus olhos o medo que eu sentia de não conseguir acompanhá-lo, e assim, diminuía seu passo e deixava que eu segurasse seus dedos, fazendo com que eu sentisse toda segurança que ele me oferecia.
O tempo passou, eu cresci. Estudei porque meu pai carregou muito saco de farinha na cabeça, e a vida se apresentou a mim com toda sua força, beleza e crueldade. Meus medos infantis transformaram-se em pesadelos medonhos, e por mais que meu pai quisesse que fosse diferente, ele nem sempre estava ao meu lado para acertar o passo e segurar minha mão. Os momentos felizes também vieram, mas nunca mais o sol brilhou como brilhava naquelas tardes da minha infância,
E o tempo passou mais um pouco, seus cabelos embranqueceram e sua força começou a diminuir até que sua saúde ficou por um fio, e um dia me vi caminhando com ele e dessa vez fui eu quem diminuiu os passos e segurei suas mãos, ainda grandes, mas dessa vez bem fraquinhas.
E o tempo, que nunca pára e jamais volta, continuou seguindo... seguindo e seguindo. Hoje conto quatorze anos sem a presença do meu pai, são quatorze anos sem seu abraço forte e amoroso.
Ficaram as lembranças felizes, os momentos marcantes, o sorriso espontâneo, o amor e a saudade que só fazem crescer a cada primeiro de agosto. Ainda assim comemoro o dia dos pais, desejo ao meu e a todos os pais um grande dia junto aos seus filhos!
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Lindo
ResponderExcluirAdorei, Lua! Seu pai está sempre contigo, minha querida. Beijos
ResponderExcluirMe vi inserida no contexto. Os pais deveriam ter vida eterna. Hoje, caminho só, sem pai e sem mãe, porém, não vou me perder porque meus caminhos eles deixaram traçados. A saudade é grande. Beijos
ResponderExcluirParabéns! Muito lindo!!!
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