As Olimpíadas continuam seu curso natural. Competições acontecendo todos os dias e as grandes potências dividindo entre si as melhores classificações. Nós, como sempre, enviamos uma delegação – sim afirmo que enviamos, pois de onde sai o dinheiro dos grandes patrocinadores? Do nosso bolso, como sempre! Enviamos uma delegação que levou muitas esperanças em sua bagagem, mas que pouco tem realizado.

Nossos atletas que mais prometiam, até agora não renderam o mínimo esperado. Outros pouco conhecidos conquistaram modestas medalhas que nos permitem ser citados na classificação parcial dos jogos.

Assisti nossos atletas tentando dar o máximo de si, mas o vento ou a perda momentânea do equilíbrio atrapalharam suas tentativas de brilhar. Li críticas exageradas, cobrando os “derrotados”. Vi imagens de atletas chorando, cabisbaixos pela derrota, que ao meu ver já eram esperadas.

Claro que gosto muito de ver nossa bandeira subindo ao som de nosso belo hino, enquanto o atleta embargado de emoção segura junto ao seu coração a almejada medalha de ouro. Contudo, não posso deixar de pensar que infelizmente, isso não significa nada. Ao conquistar uma medalha de ouro, nossos atletas não conquistam o verdadeiro respeito ao esporte ou sequer à sua modalidade.

Os investimentos continuam aquém do necessário, se fossem empregados como deveriam, muitas de nossas crianças não ficariam perdidas nas ruas, outros tantos teriam tido uma infância e uma formação bem diferentes.

Cobra-se o resultado, mas não se aplica nada em sua formação. Grande parte de nossos atletas olímpicos, estão lá porque de alguma forma suas famílias conseguiram pagar por seu treinamento e equipamentos necessários, para que ao conquistarem o sucesso, sem nenhum apoio institucional, conseguissem um patrocínio para continuar.

As grandes potências esportivas existem, pois investem no esporte e na educação. Não ficam como tolos esperando apenas para sair na foto oficial. E aí Brasil, vamos mudar esse quadro? A hora é essa.