Um dos mais antigo e renomado nome da arte brasileira, Antonio Francisco Lisboa mais conhecido por seu apelido Aleijadinho, nasceu em Vila Rica, hoje Ouro Preto em Minas Gerais, em 29 de agosto de 1730. Filho de um modesto mestre de obras português e uma escrava, desde cedo apresentava o talento para entalhar madeira e esculpir em pedra sabão.

Viveu na época em que o Brasil ainda era uma colônia portuguesa, e o estado de Minas Gerais era um grande fornecedor de ouro para a metrópole. Foi simpatizante da Inconfidência Mineira – grupo que pretendia libertar o Brasil de Portugal, mas que não obteve sucesso. Há quem defenda a tese de que sua grande obra “Os doze profetas” – expostos na igreja Bom Jesus do Matosinho, na cidade mineira de Congonhas do Campo – seria uma homenagem aos principais inconfidentes.

O apelido Aleijadinho lhe foi dado devido a uma doença degenerativa a que foi acometido. Mesmo muito doente e com seus movimentos limitados, o artista não se deixou abater, criando belas obras como projetos arquitetônicos de igrejas e de altares. Naquela época em que o ouro era abundante, as igrejas eram revestidas por esse metal, ainda hoje é possível visitá-las e verificar sua opulenta beleza. Quando já não tinha mais condições de segurar seus instrumentos de trabalho, seus assistentes os amarravam em suas mãos, mais tarde, nem isso pode fazer, por isso supervisionava o trabalho desses assistentes.

Devido a sua doença, não pode mais aceitar os trabalhos que lhe eram solicitados, por isso morreu na pobreza e esquecido. Muitos anos mais tarde foi redescoberto e teve seu nome lançado no panteão dos grandes artistas do Brasil. Seu nome sempre é lembrado quando se fala na Arte Sacra e Barroca brasileira, e o artista foi homenageado pelo compositor João Bosco: “quem é que é/ o Aleijadinho, quem é?... o que é o anjo torto, que é desordeiro da fé/...quem é que é/o santeiro do mal e do bem?” O Barroco não é moda, mas é bem representado através das obras de Aleijadinho.