Há alguns meses o Gigante acordou, pessoas foram para as ruas contra o aumento de passagens do transporte público. Outras reivindicações vieram, e outras e outras. Foram momentos de mostra de civismo, o povo nas ruas de todo país contra os desmandos e a corrupção.

Acompanhando esses momentos vieram as depredações, chamadas de vandalismo pelos meios de comunicação. Violência de todas as partes, pois alguns manifestantes ultrapassaram os limites dos protestos. Quebra-quebra geral, invasões e saques em lojas e destruição do patrimônio público viraram atos corriqueiros.

Por outro lado, a reação da força policial foi excessiva em muitos casos. Não diferenciavam os manifestantes daqueles que provocavam tumultos, disparavam balas de borracha, de efeito moral e gás lacrimogêneo provocando muitas vítimas. Muitos foram os casos em que foram vistos policiais disfarçados entre os manifestantes causando tumultos.

Assim como o povo está aprendendo a exercer sua cidadania democrática, acredito que nossa polícia também precisa aprender como proceder nesses casos. A violência não é a maneira ideal para resolver os problemas, de nenhuma das partes. Precisamos ponderar mais sobre isso.

Quanto às manifestações violentas me pergunto: a quem beneficiaria tanto vandalismo? Quem sai prejudicado quando um ônibus é queimado ou uma loja é saqueada? Quem está por trás disso, quem está orquestrando tudo isso? Será mesmo que são atos espontâneos? Se forem, me perdoem senhores manifestantes, mas vocês estão atingindo as pessoas erradas. São os trabalhadores, estudantes e aposentados que ficam sem transporte, que perdem o horário do trabalho, das aulas e de outros compromissos. São pequenos comerciantes que perdem seus negócios e enquanto isso, os algozes do Gigante continuam se esbaldando na farra com o dinheiro público. Prestem mais atenção, a quem as manifestações devem realmente beneficiar?

As ações são necessárias, mas precisam ser pensadas, com toda urgência.