11 de maio de 2013
Coma, reze, ame e veja!
Julia Roberts em "Comer Rezar Amar" |
Já fiz muita coisa nessa vida. Parece música não é mesmo? Em uma dessas andanças, fui livreiro na Saraiva de Ribeirão Preto. E estava lá, exatamente quando surgiram alguns best-sellers recentes: a Saga Crepúsculo, A Menina que Roubava Livros, O Caçador de Pipas e, este Comer Rezar Amar, de Elizabeth Gilbert.
Confesso, sinceramente, não ter lido quase nenhum deles, me perdoem, mas muitos foram por puro preconceito mesmo, aceito algumas crucificações!
Porém, por conta de uma grande amiga, fui ter com ela no cinema justamente a adaptação de um desses best-sellers: Comer Rezar Amar, com a mulher sorriso Julia Roberts. Sim, estava com um pé atrás afinal, adaptações literárias de grandes sucessos, GERALMENTE costumam não ser lá grandes coisas. Mas sentei e vi 140 minutos de um filme deslumbrante!
Não, não e não. Este NÃO é um filme de, ou para mulherzinhas, e muito pelo contrário, os marmanjões também poderão chorar, ou ao menos se emocionarem. É o tipo de filme que envolve e faz vibrar.
Elizabeth (Julia Roberts) tem sucesso em sua profissão, bem casada, com um marido amoroso, mas sente-se infeliz em sua incompletude existencial. Decide largar tudo e partir para uma viagem de um ano para redescobrir seu prazer pela gastronomia (Itália), redescobrir-se na reza (Índia) e voltar para rever seu guru, e, conseqüentemente, se apaixonar (em Bali).
Há diversos fatores positivos no filme: a trilha sonora impecável, daquelas para se comprar após sair do cinema, a fotografia exuberante, que passa todos os sentimentos explosivos de Elizabeth, especialmente na melhor parte do filme, a italiana. Sem contar as ótimas interpretações de Viola Davis, Richard Jenkins (excepcional!), James Franco e do comovente Billy Crudup.
Sim, sim, apesar do portunhol, Javier Bardem, que interpreta um brasileiro está bem e Julia Roberts está ótima, despida das caretas e das lágrimas fáceis. Com todos esses ingredientes, ela conduz os 140 minutos de filme de forma absoluta. Ela nos envolve e nos leva a todas as transformações de sua personagem de forma delicada e gentil.
Eddie Vedder encerra o filme com uma música matadora (mais uma!) e sim, saímos do cinema com lágrimas nos olhos (nenhuma lágrima gratuita) e um sorrisão dignos daqueles da eterna Linda Mulher!
Citei a melhor parte do filme, a italiana porque a gastronomia nos permite descobrir sentimentos adormecidos: o cheiro de um prato, de um tempero, nos faz vibrar, arrepiar os pelos do corpo, transcender! E, uma mulher com seus quarenta anos, partindo em busca do desconhecido, deixando toda uma vida de segurança e prosperidade para adentrar em um universo paralelo, antes tido como inexistente: o universo dentro de nós e essa força imensa que pensamos não existir, mas que, vez ou outra brota de forma a nos lembrarmos que estamos vivos e que somos e sempre seremos donos de nosso próprio destino.
Esse filme já está disponível em DVD, mas me lembrei dele esses dias, quando, em frente a uma pizza maravilhosa, tive o estalo: me arrepiei ante àquela maravilha. Sério, foi uma experiência maravilhosa: ver, sentir, me arrepiar e comer rezando!
Nós escrevemos nossa história. Elizabeth aprendeu direitinho a lição!
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