6 de outubro de 2011

Mulheres de Atenas

No domingo li um ótimo artigo de jornal em que o autor fazia uma alusão sobre o “macho adulto e branco”, baseado na letra da música “O estrangeiro”, 1989, de Caetano Veloso. O autor caracterizava assim a figura que prevalece no topo do modelo da nossa pirâmide social e que faz questão de ser dominador, subjugando todos que estejam ao seu redor. Uma questão que me chama atenção sobre esse tema é a posição das mulheres que se submetem ao domínio seja lá por qual motivo for: medo, comodismo, dependência financeira ou religiosa. Isso para citar apenas alguns poucos motivos. Estamos em pleno século XXI, mas ainda assim encontramos tipos com pensamentos tão retrógados quanto aos de séculos atrás.

Vivemos em um período em que as mulheres ainda lutam para conquistar um espaço digno na sociedade, mas estas são freqüentemente confrontadas por outras que preferem continuar à sombra de um homem que provenha suas necessidades físicas e materiais, mesmo que para isso precisem se anular, submetendo-se aos horrores de tratamentos indignos como a violência física e psicológica.

Algumas mulheres submetem-se a vestir o que seus companheiros exigem, não usam maquiagem por que eles não querem e um fato muito grave, há mulheres que não fazem uso de qualquer método de contracepção e de proteção contra DSTs por imposição desses parceiros que se acham no direito de exigir qualquer coisa já que ocupam a posição de dominador nessa relação. E essa situação opressiva tem desdobramentos sérios, muitas vezes aquela que sofre a violência no seu lar, tende a retransmitir essa violência contra aqueles que ela julga serem mais vulneráveis que elas, como se isso as redimissem da sua própria responsabilidade e fraqueza por não conseguirem superar sua condição de oprimida.

A canção Mulheres de Atenas, 1976, de Chico Buarque e Augusto Boal ensina como ser submissa, obviamente eles descreviam a situação do momento em forma de metáfora, para quem não quiser ir além das palavras grafadas a fórmula está dada. Mas há outras opções, como vários grupos de ajuda e proteção às vítimas de violência e a Lei Maria da Penha que foi criada para esses casos.


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