Nessa onda de desafios que vem acontecendo nas redes sociais, recebi um bastante instigante. Na verdade não foi um desafio, mas encarei-o como tal, pois o tema é muito delicado para mim. Meu querido amigo e eterno mestre João Batista, pediu minha opinião sobre o fato de um homem negro também ter participado dos ataques racistas ao goleiro Aranha. Fui pesquisar, vi algumas imagens e comecei a pensar, o que levaria um negro a agredir o outro desta forma? Pelo desenrolar dos fatos, os agressores já estão se tornando vítimas, principalmente a torcedora que era das mais entusiasmada no momento. Ela não estava só, não deve ser a única responsabilizada, ouvi muito isso de todas as pessoas que comentaram o caso, mas ainda assim ela continuou recebendo o destaque da mídia e assim tornou-se vítima.
Voltando ao tema do desafio, que este rapaz negro, torcedor entusiasmado de seu time, também não viu nenhum problema em suas palavras, afinal ele não tinha intenção de ofender, ele estava ali para torcer por seu time, se divertir com amigos em uma bela tarde de domingo pois o dia seguinte “era dia de branco” e ele teria que voltar ao trabalho.
O racismo no Brasil sempre foi camuflado, frases como essa sempre foram levadas na brincadeira, mas tinham um único objetivo: colocar os negros em seu devido lugar. Lugar dos ex-escravos, dos serviçais, daqueles que sempre devem entrar pela porta dos fundos.
Não conheço este torcedor, mas ele com certeza não acredita no racismo, senão jamais teria se unido aos gritos contra o goleiro. Assim como ele muitos negros ainda não enfrentam o racismo, negam sua existência ou pior, alguns acham que não reagir é a melhor resposta. Não faço parte desse grupo e admiro e agradeço a atitude do goleiro Aranha, que não quis se encontrar com a garota participando de uma grande pantomima. O que espero, que a partir de agora, as pessoas aprendam a avaliar suas ações antes de provocarem o estrago, é muito fácil depois pedir desculpas e dizer que não teve intenção.
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